quinta-feira, 3 de março de 2011

O DESINVESTIMENTO NO INTERIOR

Ao percorrermos o país constatamos uma crescente desertificação do interior, com pessoas a deslocarem-se para os grandes centros habitacionais, que se encontram quase todos junto ao litoral. Principalmente nos últimos cinco anos, temos assistido a uma concertada actuação do poder central, mais parece uma comissão liquidatária do interior do país, quando enceram escolas, centros de saúde, maternidades, tribunais, finanças, correios e outros serviços, obriga as pessoas a mudarem-se para os centros urbanos, ficando as zonas rurais apenas com meia dúzia de idosos que, por força da idade, desaparecerão por completo a médio prazo.
Devemos pugnar por uma política de desenvolvimento sustentado do interior, atraindo empresas e populações,através de incentivos ao empreendedorismo, benefícios fiscais, políticas de educação e de saúde que consigam fixar e atrair as pessoas.
Temos de revitalizar a agricultura, modernizando-a e tornando-a atractiva, para voltarem a ser cultivadas os solos que entretando foram abandonadas e extrair deles muitos dos produtos que hoje estamos a importar, criando desta forma riqueza e emprego.
O interior tem de ser atractivo, com elevada qualidade de vida, mas tal só se consegue com vontade política do poder central e com o empenhamento dos autarcas e dos empresários em conjunto com as populações.
Há que atrair e fixar sustentabilidade.
Este problema tem de ser encarado de frente e de uma forma global.É uma tarefa que implica rever uma situação com décadas e que atravessa várias gerações. Não se compadece com voluntarismos, por muito bem intencionados que sejam,porque o desenvolvimento do interior tem de ser um desígnio nacional.
É este desafio dos TSD aos poderes políticos.

O Presidente da Mesa da Assembleia Distrital dos TSD da Guarda

Alexandre Monteiro

Guarda, 3 de Março de 2011

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