segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O DESNORTE DO GOVERNO

Portugal e os portugueses vivem momentos difíceis e de grandes dificuldades, em termos económicos e sociais, onde avulta o drama do desemprego. Por causa da crise internacional, é verdade, mas também resultado das debilidades estruturais da nossa economia e sobretudo das políticas erradas destes últimos 4 anos de governação socialista, que nos deixaram mais pobres e mais distantes do rendimento médio dos nossos parceiros europeus. Ao contrário do que o governo anuncia, não há uma estratégia política para enfrentar os problemas económico-sociais que o País atravessa.

Não há uma política orientada para apoiar a economia real-em particular as micro, pequenas e médias empresas-indespensáveis para o agravamento do desemprego.O Primeiro Ministro tem anunciado linhas de crédito com pompa e circunstância para as PME´s.

São isso um exemplo cabal-muita parra e pouca uva. Poucas empresas terão beneficiado ou irão beneficiar desses anunciados apoios, facto bem demonstrativo da política trapalhona e sem critérios que o governo adopta no apoio à economia. Daí as falências e o encerramento com caudal de dificuldades económicas e sociais que acarretam, particularmente ao nível do desemprego. Estudos vindo a público, só em Dezembro passado, Portugal perdeu 12340 empresas. O governo não percebe que a principal fonte criadora de emprego são as micro empresas e as PME´s-são mais de 300 mil-e que ao proteger estas empresas está a promover o emprego.

Na área do desemprego, que já atinge níveis muito preocupantes-todos os dias assistimos ao encerramento de empresas, e dezenas ou centenas de trabalhadores a engrossar o número de desempregados. Os jovens têm cada vez mais dificuldades em entrarem no mercado de trabalho e não vislumbram um futuro com esperança.

Muitos jovens licenciados "arrumam" o diploma na gaveta e dirigem-se a empresas de trabalho temporário, dispostos a aceitar qualquer tarefa por qualquer remuneração. Cerca de 80% de todos os currículos que as empresas de trabalho temporário recebem são licenciados. Só no mundo dos "call centers", onde o pagamento à hora fica em média pelos 2,5 euros, 35% dos cerca de 7500 operadores têm um curso superior. Também nos super e hipermercados são cada vez mais os diplomados na reposição de stoks ou atrás das caixas registadoras.

A precaridade destes jovens em relação ao mundo do trabalho pode avaliar-se através de vários indicadores. Em primeiro lugar, 45% dos jovens portugueses que trabalham e que não fizeram, quaisquer desconto para a Segurança Social encontra-se neste grupo. Em segundo lugar, 55% deles já mudou várias vezes de emprego: 34% uma ou duas vezes 10% três vezes e 7% quatro vezes. Em terceiro lugar, apesar da sua inserção percoce no mundo do trabalho, 29% deles já estiveram no desemprego. Por isso, os númaros de 8,5% de desemprego, previsto pelo governo para este ano são, no mínimo, irrealista. Com as actuais políticas, o desemprego vai disparar para cima dos 10%.

Num quadro de dificuldades como o que vivemos, alguns patrões sem escrúpulos, tentam aproveitar-se da "crise" para promover o desemprego fraudulento e o governo não está isento de culpas nesta situação. O caminho a seguir não é o proposto pelo governo.Há alternativas.

O PSD já as apresentou em Outubro passado, no quadro do OE, que o governo ignorou e denegriu,Propusemos então e se reafirma hoje:

-A descida de 2% da Taxa Social Única para todas as empresas, de molde a reduzir o custo do trabalho e, defender o emprego.

-A extinção do Pagamento Especial por Conta.

-Alteração do regime de pagamento do IVA, de modo a que este deixe de ser feito no momento da prestação do serviço ou facturação, e passe a ser pago no momento do efectivo recebimento, o que permitirá alguma folga de tesouraria às empresas numa altura em que a liquidez escasseia.

Mas o PSD não se resigna a este estado de coisas. Esta situação não é uma fatalidade.Acreditamos que os Portugueses têm capacidades e energias para vencer, e vão vencer, as dificuldades do presente.

Com verdade e com políticas certas, acreditamos que é possível devolver a esperança e a confiança aos Portugueses.

Alexandre Monteiro

Presidente da Mesa da Assembleia Distrital dos TSD da Guarda